O Festival Internacional de Cinema de Itabaiana, em parceria com o projeto Cinema de Rua, iluminou as comunidades da Torre e do Riacho Doce com uma experiência bem diferente, exibindo o filme ‘Sequestro do Voo 375’ e recebendo as produtoras da obra. O evento atraiu um público empolgado, testemunhando um filme inédito nas telas abertas do país.
O longa-metragem conta a história de Nonato, um nordestino da periferia de São Luís do Maranhão, que sequestra um avião comercial da VASP durante seu voo de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro, desviando a rota para Brasília. Sua crise pessoal, impulsionada pela instabilidade econômica do país, leva-o a planejar um ataque ao Palácio da Alvorada, com a intenção de assassinar o então presidente do Brasil, José Sarney. O filme retrata, de maneira realista, a tensão a bordo do avião e as manobras heróicas do piloto para evitar uma tragédia e salvar não apenas os passageiros, mas também o presidente da República. Situado em 1988, o filme revela nuances da transição política brasileira e as abordagens militares para crises como a do voo em um período de abertura democrática pós-ditadura.
Priscila Paraguassu, coordenadora de produção do filme e diretora de produção do Instituto Escarlate, expressou sua gratidão por participar desse projeto, levando cultura e entretenimento a uma comunidade carente de acesso a cinemas. “Poder democratizar o acesso à cultura audiovisual é inclusão social, algo fundamental em nossa conduta como produtora”, destacou.
O prefeito de Itabaiana, Adailton Souza, ressaltou o impacto positivo do festival na economia local e na formação cultural dos moradores. “Ver jovens e crianças sendo incentivados a participar do cinema é gratificante e reflete como a cultura pode impulsionar nossa educação”, disse ele.
Marcos Lima, coordenador do projeto Cinema de Rua desde 2009, destacou o propósito inclusivo do festival. “Levar cinema a bairros e povoados é uma forma de mostrar que todos têm direito à arte e ao entretenimento”, enfatizou. A exibição de ‘Sequestro do Voo 375’ não apenas proporcionou entretenimento à comunidade do Riacho Doce, mas ações como esta também ajudam a inspirar crianças e jovens a se tornarem futuros profissionais do audiovisual.
Já Andrei Ferreira, coordenador geral do Festival, ressaltou a importância da parceria com o projeto Cinema de Rua para alcançar locais não tradicionais de exibição cinematográfica. “Trazer filmes a espaços onde as pessoas não se sentem representadas como as salas de cinema comercial é fundamental para democratizar o acesso à arte”, disse.
Iniciativas como o Cinema de Rua e o Festival Internacional de Cinema de Itabaiana não apenas enriquecem culturalmente as comunidades menos favorecidas, mas também fortalecem os laços entre a sétima arte e os espectadores, demonstrando que o cinema é para todos, independentemente de onde vivam ou quais sejam suas circunstâncias. O Festival e o projeto promovem não apenas entretenimento, mas também educação, inclusão e esperança através da magia do cinema.
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